Há algum tempo tenho observado algumas igrejas e alguns ministérios. Tenho percebido que muitos têm perdido a visão do real significado do “Corpo de Cristo”. São feitos tantos planos; previsão de quantos membros e vidas a igreja deseja alcançar. Quantos CDs serão gravados. Perde-se a visão do que realmente tem valor.
Vemos tantos movimentos que defendem uma idéia “cristã”, uma visão de “servir”, mas não trabalham em equipe, não trabalham os valores cristãos com os membros: caráter, orgulho, inveja etc. Questões que envolvem esses valores e que de forma muito sutil, tem se infiltrado em pequenos e grandes grupos, e como uma virose, tem contaminado a muitos irmãos e destruído lindas amizades.
Corpo de Cristo. Um corpo com muitos membros. Muitos mesmo. Cada um deles no seu papel, seja grande ou pequeno, mas fundamentalmente todos, com sua importância. O dedo mindinho do pé, embora tão pequeno, às vezes não tão bonito ou visível, tem seu funcionamento no corpo que, sem ele, o corpo fica incompleto. O corpo passa a sofrer junto.
Corpo de Cristo. Um organismo vivo que depende dos membros; não funciona sozinho. O corpo depende do coração. O corpo depende de pés e mãos. O Corpo depende do cabeça: Cristo.
Entendo que, quando partimos a Ceia do Senhor, não participamos porque “não estamos em pecado” ou não temos falta com alguém. A Ceia é para que participemos do Corpo repartido entre nós, ou seja, participo da ceia do Senhor, porque ando em unidade com meu irmão e dependo dele e ele de mim para que a obra do Senhor cresça. Eu e meu irmão somos um e o Senhor é o Cabeça.
Uma vez no seminário, minha professora comentou algo que o Senhor tinha falado à ela e aquilo me marcou muito. O Senhor disse: “O Corpo está paralítico porque não obedece ao cabeça, Cristo”. Isso é muito forte e serviu para nos acordar naquele momento, talvez, de apatia ou de desprezo para com a obra de Deus e com os seus servos.
Efésios 4, tem uma excelente passagem acerca do chamado de Deus para o Corpo de Cristo. O próprio Senhor escolhe quem quer para as obras diversas. Viver em paz e em unidade no Espírito uns com os outros é um nível profundo para chegar a estatura de varão perfeito (Efésios 4.13). Como poderemos chegar a esta estatura, que é Cristo, se vivemos em pé de guerra com os outros membros do Corpo? Se aqui na Terra, não conseguimos perdoar e estar lado a lado dos nossos irmãos, ajudando-o, amando-o, apoiando-o, como é possível desejarmos estar com o Senhor nos céus?
Talvez você possa se identificar algumas destas situações. Por exemplo: a igreja deseja realizar uma atividade com todos os ministérios que ela tem, porém não apresenta a visão da atividade ou do projeto que deseja realizar. Pode ser uma visão da própria igreja, mas acredito ser importante, ao reunir com os envolvidos, compartilhar a visão para que todos possam ser inseridos no projeto e assim estarem todos focados em um só propósito. Ou, você já ouviu aqueles irmãos que chamam o Corpo de Cristo de “meu ministério?”. Você quer sugerir algo para melhorar alguma área da igreja, e você sente nas entrelinhas que não é bem vindo ali porque “é meu ministério”; “sou o líder e sei como lidar com isso”. Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo (Cl 2.17).
Você foi chamado para desempenhar algo que é do Senhor. Nenhum dom ou talento vem de nós mesmos. O Senhor nos presenteou com algo. Você e eu somos importantes no Corpo e sem você e eu, o corpo fica incompleto.
“Todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus”. (Ef 2.19). O Corpo, a obra, o ministério são de Jesus Cristo. O Senhor quer que, como Corpo, cresçamos. Somos mordomos do Senhor, e o mordomo cuida com todo o cuidado e zelo, daquilo que seu senhor o confiou. O Corpo não é nosso, apenas fazemos parte dele. Deus confia em nós para que realizemos perfeitamente e fielmente nossas funções, a fim de que o Corpo não adoeça.
Por Jaqueline Santos - Ministra de louvor da Igreja Batista Ministerial da Família em SP.
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